Título: O Conde Enfeitiçado (Os Bridgertons #6)
Autor: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Ano: 2015
Páginas: 304
Classificação: 1,5 estrelas
Sinopse: Toda vida tem um divisor de águas, um momento súbito, empolgante e extraordinário que muda a pessoa para sempre. Para Michael Stirling, esse instante ocorreu na primeira vez em que pôs os olhos em Francesca Bridgerton.
Depois de anos colecionando conquistas amorosas sem nunca entregar seu coração, o libertino mais famoso de Londres enfim se apaixonou. Infelizmente, conheceu a mulher de seus sonhos no jantar de ensaio do casamento dela. Em 36 horas, Francesca se tornaria esposa do primo dele.
Mas isso foi no passado. Quatro anos depois, Francesca está livre, embora só pense em Michael como amigo e confidente. E ele não ousa falar com ela sobre seus sentimentos a culpa por amar a viúva de John, praticamente um irmão para ele, não permite.
Em um encontro inesperado, porém, Francesca começa a ver Michael de outro modo. Quando ela cai nos braços dele, a paixão e o desejo provam ser mais fortes do que a culpa. Agora o ex-devasso precisa convencê-la de que nenhum homem além dele a fará mais feliz.
No sexto livro da série Os Bridgertons, Julia Quinn mostra, em sua já consagrada escrita cheia de delicadezas, que a vida sempre nos reserva um final feliz. Basta que estejamos atentos para enxergá-lo.
Oi gente!
Hoje vim falar de mais um dos romances de época que amo, dessa vez da autora Julia Quinn que foi a culpada por me viciar nesse gênero literário.
“Em toda vida ocorre um momento decisivo. Um instante tão extraordinário, tão claro e tão nítido que temos a sensação de havermos sido golpeados no peito, deixados sem folego, sabendo, sabendo, sem a menor sombra de duvida, que nossa vida jamais será a mesma.”
Francesca, a sexta filha dessa família numerosa casou-se com o Conde de Kilmartin e foi residir com o marido na Escócia. Se não me engano foi o terceiro casamento de um Bridgerton e por não passar muito tempo em Londres esse tenha sido o motivo dela não aparecer muito. Francesca tinha uma boa relação com John e uma amizade próxima com o primo do marido, o Devasso Alegre, Michael Stirling, que em segredo nutria um amor por ela desde antes do primo desposa-la. Logo após seu segundo aniversario de casamento Francesca sofre um baque em sua vida, seu marido foi deitar-se uma noite se queixando de dor de cabeça e nunca mais acordou.
Michael que antes convivia com o desejo de ter a esposa do primo agora se via prestes a ter quase tudo o que era dele. Sendo o mais próximo na linha de sucessão, era o mais novo Conde de Kilmartin. Não sabendo lidar tanto com a perda quanto com a proximidade que Francesca exigia dele nesse momento, ele parte para Índia e a relação entre os dois esfria, não mantendo contato por quatro anos e tendo notícias um do outro por terceiros.
Quando Michael retorna a Londres, ver Francesca ainda lhe causa um certo desconforto e ela lhe conta que está decidida a se casar novamente porque quer muito uma família. Ao mesmo tempo há um novo conde na temporada e muitas mães estão empolgadas com a chance de fisgar Kilmartin. A partir do momento que Francesca vê Michael com outros olhos fica mais difícil levar adiante os planos de se casar novamente. A história gira em torno de cada um reconhecer o que está a frente deles e ter coragem pra assumir.
“Era apenas uma impressão, mas nem por isso menos devastadora. Ele experimentou a sensação de que Francesca estava disponível, foi tomado por uma terrível e tortuosa noção de que John realmente se fora e que a única coisa que impedia Michael de estender a mão e tocá-la era a própria consciência.”
Bem… o que posso dizer? Na primeira vez que peguei a leitura acabei parando no capitulo 10 e me distrai com outros livros, mas aí resolvi colocar ele no desafio dos 12 livros para 2016 e fazendo uma leitura junto com a outra Gel eu segui em frente.
De inicio gostei muito do safadinho Michael e ele trazia para a história um tom divertido, mas depois da morte do marido da Francesca eu não esperava que a narrativa fosse ficar entediante. Ok que o marido dela morreu mas se passam 4 anos de luto. Francesca não é espirituosa como as irmãs e é bem diferente do que eu imaginava quando li que ela, junto com Eloise procurou saber antes as coisas que aconteciam entre um homem e uma mulher. A autora ainda fez dela a mais diferente das moças Bridgerton, só que não gostei da construção dessa personagem, ela tenta dar um ar de mulher misteriosa como o próprio Michael a descreve, mas eu só consigo pensar que Francesca é uma personagem cansativa.
“(…) Sempre se sentira um pouco diferente do resto da família. Amava-os com fervor e daria a vida por qualquer um deles, mas, embora por fora se parecesse com uma Bridgerton, por dentro sempre tivera a sensação de ter sido trocada quando pequena. “.
Os Bridgertons são tão legais que ver ela falar assim da própria família a tornou antipática pra mim. Na verdade a Francesca parece ser bem o retrato de como seriam realmente algumas famílias nessa época, os livros acabam romantizando tanto a dinâmica familiar que acho que fiquei mal acostumada com essa distância e o estranhamento dela com os irmãos e a mãe.
Sinceramente me peguei pensando: Foi mesmo a Julia Quinn que escreveu? Porque eu não a reconheci nesse livro. Ela devia estar sem paciência ou simplesmente não sabia o que fazer com essa irmã. Eu pensei que estava exagerando mas como a Barbara leu também, ela teve a mesma impressão do livro, então fiquei mais tranquila, já estava me sentindo culpada por dar uma nota tão baixa para um livro da Julia Quinn. A interação do casal tinha tudo pra ser bem interessante, quando Michael finalmente resolve agir foi perfeito. Minha parte favorita é quando ele apela pra sedução que é característica dele mas Francesca não ajuda muito. Recua, age como uma tola, não da pra defender.
Podia até rolar um outro plot além do romance e até rola mas achei tão sem graça e não conseguiu a carga de drama pra me emocionar dado o que a personagem já tinha passado. Achei forçado.
Como a narrativa toda foi bem chata, acabei colocando muita expectativa no final do livro e apesar de ter gostado do epílogo, ficou a desejar. Todo início de capítulo tem uma pequena correspondência trocada entre os personagens e eu já esperava que no final também tivesse uma, mas teve apenas a correspondência que por acaso é curta.
Ao contrário dos demais livros que a autora nos mostra o que aconteceu com o passar de anos, nesse ela não diz nada. Ela coloca a personagem com um propósito de vida específico que seria uma das coisas que move as decisões da personagem, e ao final não se sabe se ela atingiu o objetivo. Acredito que ela vá deixar pra mencionar esses detalhes nos livros restantes da série mas eu fiquei bem irritada com esse epílogo que mesmo sendo muito bonito foi um balde de água fria no geral.
Se quiserem podem passar direto e reto por esse livro, simplesmente não deu pra mim.
Comente com o Facebook