S06E01 The Red Woman e S06E02 Home
Como é bom voltar a Westeros, fazia muito tempo que não passeávamos pelas ruas de Porto Real, pelos jardins de Jardim de Água ou pelo topo da Muralha, e cá estamos, juntos novamente para as surpresas dessa temporada que é a primeira que é baseada num livro que não foi lançado ainda (Ventos do Inverno sem previsão, inclusive). Agora estamos por conta das surpresas que D&D reservam para nós, mas isso é bom ou ruim? Veremos no decorrer dessa temporada.
De uma forma geral eu estou curtindo demais essa temporada, depois da irregularidade de alguns núcleos na última temporada (ALÔ DORNE) sinto uma segurança maior, não a questão da segurança das personagens que, como vimos, Valar Morghulis está sendo levado muito a sério, mas da história, agora caminhando por suas próprias pernas.
Sempre fui grande defensor da distinção dos produtos: Série é série, livros são livros. Não adianta, uma coisa será diferente da outra e isso tem que ser ruim? Não mesmo, surpresas nos aguardam em todos os meios, nos livros e na série, e surpresas diferentes, por vezes visões diferentes de se contar uma história e, volto a perguntar, isso é ruim? Penso eu que não e continuarei defendendo a minha série, com suas mudanças, com seus erros, GoT é um fenômeno inegável, você falando bem ou falando mal (mas gente, podem falar mal, a coisa é pública pra isso mesmo, você pode expressar sua opinião, não é só porque a maioria gosta que você não pode não gostar, cê pode até odiar, fica à vontade, mas fala o que cê pensa nos comentários ali). Mas vamos com isso então?
DORNE
Núcleo muito criticado na temporada passada, Dorne deu as caras no Primeiro episódio dessa temporada, não sei se esse era o plano o tempo todo ou foi corte de problemas e gastos (acho que é mais isso aí), mas os roteiristas passaram a faca em três personagens, ditos importantes para o núcleo, mas que, infelizmente, foram pouco aproveitados na Quinta Temporada e não alcançaram a aceitação necessária para permanecerem na Casa Mais Vigiada do Brasil.
As trajetórias de Areo Hotah (o guarda) e Doran Martell (irmão do Víbora #sddsOberyn) foram interrompidas pelas, sempre lindíssimas, Serpentes de Areia, comandadas pela Ellaria Sand (viúva do Oberyn), que voltou ainda mais sanguinária nessa temporada. Me pergunto até onde os Martell irão na escalada do Jogo dos Tronos, com seus políticos e articuladores mortos o futuro da Casa me parece incerto, uma personagem que poderia ter levantado o carisma desse núcleo e servir como uma boa articuladora seria Arianne Martell, presente somente nos livros. A filha de Doran seria perfeita para tentar conter a fúria da tia e das primas, mas nem tudo são flores e não temos a personagem na série.
Oberyn morto.
Doran morto.
Trystane morto.
Quem assume o trono de Dorne é o Aécio?
Bem, as leis de Dorne são diferentes das dos Sete Reinos, uma mulher pode ser Rainha sem precisar de um Rei, acho que é o que acontecerá, Ellaria se tornará rainha de Dorne e tentará entrar no jogo político dos Sete Reinos, mas essa era uma especialidade de Doran, será que a nova Rainha tem esse jeito com as palavras?
ATRAVÉS DO MAR VERMELHO
(Meereen. Braavos e Onde quer que Daenerys esteja)
Tyrion e Varys andando e tendo diálogos incríveis, Tyrion governando a cidade como dá, Tyrion bebendo e sabendo coisas. Enquanto isso Jorah e Daario (que não teve o ator trocado nessa temporada) passeiam por verdes campos procurando Daenerys da casa Targaryen, a Nascida da Tormenta, a Primeira de Seu Nome, a Não-Queimada, Rainha de Meereen, Rainha dos Ândalos e dos Roinares e dos Primeirso Homens, Khaleesi do Grande Mar de Grama, Quebradora de Correntes e Mãe dos Dragões (que estava em poder de um Khal).
Todo o núcleo me enfadou na última temporada, Dany já vem perdendo comigo há tempos, por suas decisões de menina e não de Rainha Conquistadora, claro, ela é uma menina e o que ela sabe sobre governar? Tyrion com todo o seu drama de parricida, enfim estava chato para mim, as peças pareciam fora do lugar, mas vejo uma grande melhora no núcleo. Os diálogos, as motivações, os objetivos das personagens, sem perder o que eles já viverem no passado, sempre revivendo as consequências de antigas atitudes deles, o que é fantástico.
Dany está em poder de um novo Khal, Khal Moro, que foi um amor com ela…. Ao que parece, a viúva de Khal Drogo, é Rainha de Ninguém, A Milionésima de seu Nome, Rainha de Nada e Escrava de Khal Moro. Dany será, gentilmente, convidada a ir para Vaes Dothraki e ficar no templo das viúvas dos Khals para o resto da sua existência, claro que seu dragão deve chegar antes disso, mas a última dos Targaryens (será??) vai sofrer um pouco nessa temporada e quando ela sofre é quando eu mais gosto dela, é que me irritam as decisões ruins dela…
Tyrion e Varys comandam a cidade e libertam dragões. Bem, é isso. Peter está ainda melhor no seu papel, é prazeroso vê-lo tão confortável no personagem. Sua corte, com Varys, Missandei e Verme Cinzento, não está sólida e ainda sente a grande necessidade do retorno da Rainha dos Ândalos, mas mesmo assim decisões precisam ser tomadas, de um jeito ou de outro e Tyrion as faz, como por exemplo, libertar os dragões restantes para que eles não fiquem dóceis demais. O Anão, mais uma vez, mostra sua coragem ao se aproximar das bestas que parecem sentir que ele não tentará fazer mal a elas (e nem conseguiria). Tomara que ele esteja certo sobre isso, um dragão solto já causou bastante confusão, mas ajudou na fuga de Dany. Três podem ser a salvação do Reino ou sua completa dizimação.
Ah sim, Daario e Jorah ficaram andando a cavalo e mexendo na terra e Jorah tá cada vez pior do escamagris. E só.
Arya, continua seu treinamento para ser Ninguém que, convenhamos ela ainda não é, vem sendo bem monótono e ela parece não evoluir muito, ainda cega e pedindo esmola nas ruas de Braavos, nossa pequena Loba está perto de algo grande, sinto isso. A personagem deve ter um arco bem interessante com seu treinamento para ser uma Mulher Sem Face (tradução livre), espero não estar errado. Agora com a ajuda de Jaqen ela realmente deve iniciar O treinamento (Finalmente!!!)
PORTO REAL
As coisas não vão muito bem em Porto Real. Myrcella terminou a última temporada morrendo nos braços do pai/tio e aceitando ele como pai(???). Me revolta um pouco terem mudado a atriz que fazia a Myrcella apenas para matarem a nova uma temporada depois. Então, tá morta Myrcella, tá presa Margaery, tá louco o Jaime e Cersei presa nos seus aposentos. Essa temporada está linda demais.
Cersei só anda com seu guarda-costas pessoal, o Montanha renascido pelas mãos de Qyburn, se tornando Robert, o Forte. Inclusive mostrou sua força para um plebeu que falava injúrias da Rainha Mãe. Impedida de ir até o enterro da filha, trancada em sua torre pelo Rei Tommen, Cersei se sente confusa e frágil ainda, também pudera, depois de tudo vivido por ela no final da última temporada era de se esperar que ela ficasse um pouco mais zen, mesmo eu achando que essa calma toda guarda um ódio contido e que está esperando para poder ser direcionado a alguém. Quem não está muito zen é o Jaime, já arranjou confusão com o Alto Pardal, já esbravejou contra a profecia de Maggie, a Rã para Cersei, que fala das mortes de seus filhos e de suas mortalhas de ouro.
Margaery teve uma pequena passagem no primeiro episódio, uma irmã recitava, carinhosamente, passagens da Estrela de Sete Pontas, que é como a Bíblia para a Fé dos Sete. Não sei o que pensar sobre a Jovem Rainha, espero que ela consiga escapar da Fé porque eu adorava assistir seus embates com Cersei.
A chegada de Jaime com Myrcella morta foi muito interessante, o sorriso de Cersei virando cinzas em sua boca, Tyrion teria adorado a cena ou não, ele se solidarizaria pela perda da sobrinha, o Anão é um personagem fantástico demais para se alegrar com esse tipo de dor.
O NORTE
O final da Quinta temporada de Game of Thrones nos apunhalou pelas costas, diferentemente dos patrulheiros, que apunhalaram Jon frente a frente. “Pela Patrulha” ressoou em meus ouvidos por muito tempo depois de ver o episódio, entrei em um estado de catarse: finalmente os livros foram alcançados pela série. A história estava quase toda contada, faltava somente a Arya e o Sam, que não apareceu ainda, mas o resto estava concluído, quase tudo que veríamos no próximo ano seria inédito, invenções de D&D (produtores e roteiristas da série) misturadas com planos de Martin.
Logo nas primeiras cenas dessa temporada vemos Davos encontrando o corpo de Jon, bem onde foi deixado por seus companheiros de Patrulha. Ele manda levarem o corpo para dentro e Edd já esbraveja que o culpado desse motim fora Thorne, o que ele está absolutamente certo, inclusive Thorne já presidia uma sessão dos Patrulheiros para escolha de um novo Senhor Comandante e para poder acalmar ao ânimos dos que já gritavam #ÉGolpe e #ForaThorne, depois da sessão eles saíram de lá gritando #QueimaOSnow #NãoAosSelvagens e coisas do tipo. Edd tem a brilhante ideia de pedir ajuda aos Selvagens e impedir que Thorne e seus aliados do PMDB da Patrulha tomassem o corpo de Jon para queimá-lo. E a cena é linda demais, os Selvagens adentrando em Castelo Negro para defenderem o corpo de um amigo traído, prendendo Temer Thorne e sua corja (alô Olly, não esquecemos de você). Nisso, levam Melissandre para tentar ressuscitar Jon.
Melissandre. A misteriosa Bruxa estava desacreditada de sua fé, seu Deus do fogo a enganara duas vezes já, sacrificou a pequena Shireen em troca de uma vitória certa na batalha contra os Bolton, mas não foi bem isso que aconteceu, R’hllor, aparentemente não atendera as suas oferendas e nem revelou o futuro corretamente. Stannis jaz morto, Jon Snow, quem ela viu nas chamas comandando a luta contra o Deus da Noite, também está morto em frente a ela, sua pele fria encostando nos quentes dedos da Sacerdotisa. É uma grande virada para a personagem, a perda de sua fé, fé essa que lhe acompanha há muitos anos, como pudemos ver no final do primeiro episódio OU esse foi o preço pago por uma vida dedicada a sua fé. PORÉM, ao final do segundo episódio, temos a comprovação de que é importante ter fé (principalmente quando essa fé ressuscita o melhor personagem de toda a saga #fanboy).
Sansa e Theon/Fedor/Reek, enfim, os personagens continuam de onde pararam: correndo de Ramsay.
Até onde a sombra do Bastardo pode perseguir os dois? Bom, acho que muito longe porque as feridas de Sansa estão longe de serem curadas, a alma é o último lugar a se cicatrizar, quando cicatriza. Quando Reek se entrega aos perseguidores dos dois eis que surge a Bela de Tarth. Brienne derrota todos os perseguidores e jura, mais uma vez, sua espada a Sansa que, dessa vez, aceita de bom grado.
Gostei demais da cena, Sansa se esquecendo do roteiro para aceitar os serviços de um cavaleiro e Podrick a ajudando nisso, quero ver mais interação desses dois porque amo esses personagens. Inclusive o Reek está muito interessante de se ver, gosto demais do Alfie e o personagem tem uma carga emocional muito forte. Gostei de ver também a conversa de Brienne com Sansa, muito bom ver esses dois mundos se encontrando. Agora a espada da Bela cumpre sua função originária.
Ramsay é um sádico, psicopata, louco e problemático. Ele consegue fazer surgir um ódio tão grande por suas ações; por um instante eu senti pena do personagem, quando ele vê o corpo inerte de Myranda quase vi tristeza ali, mas como um bom aquariano “vilão” ele voltou a forma bestial mandando dar o corpo da jovem aos cães, coisa que ele fez com a madrasta, que deu à luz a um filho homem de seu pai, QUE ELE TAMBÉM MATOU. Ramsay é um personagem ardiloso e sanguinário, coloca seus prazeres como máximas a serem seguidas e alcançadas e não vê as pessoas como seres humanos e sim como carne, pode-se dizer que ele é pior que Joffrey e isso é muito, mesmo.
Temos Roose morto (envenenado por seus inimigos), sua esposa morta, seu herdeiro legítimo morto, Ramsay senhor de Winterfell e do Norte, porém sem Sansa e sem um Stark não se controla o Norte. O palpite é que ele tente seu plano mirabolante de ir até a Muralha e sequestrar a jovem Stark, o que deflagrará a Batalha dos Bastardos, mas isso a gente discute mais pra frente, com o avançar da série.
PYKE
A terra dos homens de ferro é sempre boa de se visitar, os personagens esquecidos, negligenciados e mal trabalhados que tanto amo. Na série Dorne e Pyke são mal trabalhadas demais, dois núcleos ótimos nos livros sendo deixados em segundo plano na série.
Fomos a Pyke para aumentarmos nossa contagem de mortos, essa temporada está num ritmo muito acelerado de mortes, o que vai deixando o público ainda mais apreensivo para o “Quem é o próximo?”.
Balon Greyjoy, Rei das Ilhas de Ferro, falava com Yara Geyjoy, sua doce filha que foge de cachorros, sobre uma incursão malsucedida de resgate do seu irmão, Theon. Bem, apesar da cena da fuga dos cachorros ter sido vexatória e risível, ela produziu efeitos. Balon não quer o resgate de Theon, ele não precisa do filho, confia em Yara para fazer o que tem que ser feito para que ele seja coroado, mas, em sua cabeça, Yara fraqueja quando o assunto é Theon e isso ele não aceita de jeito nenhum.
O Rei se irrita e sai do Salão da Cadeira de Pedra do Mar, na ponte ele encontra uma figura misteriosa que o joga nas pedras da costa de Pyke. Tem um “enterro” à moda dos homens de ferro, Yara diz ao tio, Aeron Cabelo Molhado, que o pai queria que ela sucedesse-o, mas Aeron conhece o costume antigo dos Homens de Ferro e a Cadeira de Pedra do Mar não pode passar hereditariamente, Yara terá que disputar a Cadeira de Pedra do Mar, mas com quem? Quem teria mais chances que a filha de Balon? É complicado falar disso porque, na minha visão, os homens de ferro são os mais machistas de todos. Sua concepção de esposa de sal, mulher de rocha, a desvalorização da mulher pelos piratas de ferro, então acho a vitória de Yara bem difícil, seguindo essa minha linha de raciocínio. Claro, ela é filha do Rei das Ilhas de Ferro, é uma combatente experiente, venceu inúmeras batalhas com os nascidos do ferro, mas o fato de ser mulher pode vir a influenciar o julgamento dos homens de ferro.
Mas quem era o misterioso homem na ponte? Balon já o conhecia, havia uma história ali, mas não sabemos a verdade, ainda. Porque existem 3 coisas que não podemos esconder por muito tempo: o sol, a lua e a verdade.
JÁ IA ME ESQUECENDO DO BRAN
Uma temporada sem aparecer e quer ser lembrado? Tenha dó.
Mas esse aleijado hipócrita está de volta, cada vez mais alto, cada vez mais velho, eu to impressionado com o crescimento do Isaac e o da Folha também, aquela menininha que os ajuda a escapar dos zumbis dos Outros deu uma envelhecida boa também, gostei muito da caracterização.
Bran aqueceu corações nesse episódio, mostrou Ned treinando com Benjen e então chega Lyanna. Depois de seis temporadas ao grande estopim da Rebelião de Robert aparece, lindíssima, galopando em Winterfell, despertando a curiosidade de Bran e de todos os telespectadores. Lyanna Stark tem muita história para contar, espero que tenhamos muitos flashbacks dela ainda, será formidável.
Bran continua seu treinamento com o Corvo de Três Olhos, que mudou de ator. Achei ruim a escolha, agora ele está parecendo um meistre, a caracterização dele na quarta temporada estava mais interessante. Meera parece distante, talvez ainda esteja remoendo a morte do irmão (saudades Jojen). Mas Folha já mandou a letra, levanta a cabeça, princesa, que Bran precisará de você quando sair daí. SAIR DAÍ??? Tá, quero muito ver isso, ver o jovem evoluir nas suas habilidades tanto de warg quanto da visão verde. Falar em warg: CADÊ O RICKON?
CONCLUSÃO
Dois episódios muito bons, a série voltou com um tom muito interessante, retornando sua narrativa, em alguns núcleos, do exato ponto o qual parou na última temporada. Sempre que penso em GoT penso em diálogo com o público, penso em hype, comentários ao longo da semana. É uma série que mobiliza uma gama enorme de pessoas e, cada vez mais, traz essas pessoas para perto de teorias, de confabulações e discussões intensas na internet, mesmo por quem não leu os livros, até porque não é um requisito para assistir a série, ter lido os livros, volto a afirmar são coisas diferentes, quanto mais cedo as pessoas aceitarem isso menos birra elas terão de um ou de outro.
A volta de GoT era muito aguardada e, apesar de episódios mais parados, a qualidade narrativa da história é inegável, que venha o terceiro episódio onde espero ter ainda mais surpresas, já que estamos nas mãos de D&D.
Senti falta do Sam e da Gilly, além do Mindinho e do Loras. Como andarão essas personagens?
Até quinta-feira que vem (que seria o dia correto para postar a review, mas eu sou todo errado, me desculpem…. AH, é claro, isso se a Ba não me matar antes, o que é bem provável que aconteça)
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