“Uma roubava livros, o outro roubava o céu…“
FATO: TODOS ROUBARAM O MEU CORAÇÃO.
Bem-Vindo à 2a. Guerra Mundial. Em plena Alemanha nazista, acontece uma história tão comovente, que conseguiu atrair a atenção da própria Morte e esta, por sua vez, se sente impelida a contá-la…
Preciso dizer que tinha meus receios com esse livro, mas não sei dizer por que. Tudo mudou quando um amigo começou a recitar o prólogo em pleno CHAT do facebook.
UM PEQUENO AVISO SOBRE CALEB HENRIQUE
Não deixe que este viajante literário recite nenhum prólogo de nenhum de seus livros favoritos para você. Ele tem o dom de fazer você se apaixonar e fazer loucuras pelo livro…
Fui até a Livraria Cultura um dia e dei de cara com ele e confesso que pude sentir que ele me chamava. Era como se houvesse um imã, algo que me forçava a pegá-lo na mão e me agarrar a ele, tal qual a Liesel, nossa pequena roubadora de livros, fazia. Foi exatamente o que fiz e, após um fila básica e um cartão de crédito, ele estava em minhas mãos, forçando-me a abri-lo e embarcar em um trem em direção a um mundo que me ensinaria lições tão grandes, por meio de personagens tão simples.
Nesta história é possível aprender o REAL VALOR das palavras e como elas podem salvar uma menina. E a maior lição que pude tirar desse livro foi: NEM A GUERRA PODE PARAR O AMOR QUANDO ESTE É GENUÍNO.
Título: A Menina Que Roubava Livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Classificação: 5 estrelas
Sinopse: A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto – e raro – de crítica e público.
Não sei bem o que dizer deste livro e ainda não me recuperei da leitura. Talvez eu deva começar dizendo que o modo como o autor escreve é fantástico. Este livro apresenta personagens tão reais e ao mesmo tempo tão fantásticos, que não há como não amá-los! E se você é daqueles que ODEIA SPOILERS, prepare-se, pois o próprio autor faz isso com você no meio do livro. MAS NÃO ABANDONE A LEITURA! Ele usa de artimanhas tão bem estruturadas, que quando o que ele disse que ia acontecer realmente acontece, você já nem lembra mais!
Neste livro você vai conhecer uma Alemanha que amava o povo judeu. Sim, amava! Uma Alemanha que era OBRIGADA a se curvar diante dos caprichos de um louco. Com ele, você será capaz de entender o poder das palavras e como existem pessoas que querem usá-lo para o mal. Esta é a história de uma Alemanha pobre, que sofria com o abuso do poder de seu líder. Um povo que lutava para SOBREVIVER.
O que me cativou na história de Zusak, foi o fato de TODOS os personagens serem importantes. Não há como amar Liesel, sem amar Hans e Rosa e, até mesmo, aquele Saukerl do Rudy. É impossível não se apaixonar por Max e, mais impossível ainda, é desgostar da narradora, a Morte.
Durante todo o tempo em que passei com estes personagens, posso dizer que lutei suas lutas; senti suas dores, chorei suas lágrimas e, até mesmo, amei seus amores. É impossível não sentir a humilhação do povo judeu, ao marchar pelas ruas alemãs, mortos de fome. Difícil não derramar lágrimas dentro do metrô, ao ver um alemão oferecer um pedaço de pão duro, que era tudo que ele tinha, a um judeu morrendo de fome e ser castigado por isso. Impossível não se apaixonar pelo coração de uma menina, que entendia o valor das palavras melhor do que a maioria dos adultos.
Acreditem quando digo que, enquanto escrevo esta resenha, minha vontade é pegar o livro e ler novamente. Meu conselho, se vocês me permitem, é apenas um: LEIAM ESTE LIVRO. Mas leiam com atenção e carinho. Abram seus corações para o que estes personagens têm a ensinar, pois não são poucas lições, mas MUITAS.
Um dos personagens que mais me impactou neste livro foi o Hans. Não existe, hoje, um ser humano genuinamente bom como ele. Relembrando sua história eu só consigo pensar em uma frase que se encaixa perfeitamente: “Ame a teu próximo como a ti mesmo”. Para mim, Hans ia muito alem disso. ele amava o próximo mais do que ele mesmo. Ele valorizava a vida do próximo, não importava se este era da raça que todos julgavam ser “a pior”.
Acredito que não há nada mais que eu possa dizer sobre “A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS”. Nem sei se vocês irão considerar este texto como uma resenha, mas eu realmente precisava falar sobre esse livro, e tudo que eu tentava escrever, minha cabeça gritava: SPOILER! :p
Espero que, se um dia você começou a ler e desistiu, você dê mais uma chance e tente novamente. Se você ainda não o leu, leia o mais rápido possível. E se você já leu, faça como eu, leia de novo.
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