Título: Mentiras que Confortam
Autor: Randy Susan Meyers
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 368
Classificação: 3 estrelas
Sinopse: Cinco anos atrás…
Tia apaixonou-se obsessivamente por um homem por quem nunca deveria ter se apaixonado. Quando engravidou, Nathan desapareceu, e ela entregou seu bebê para a adoção.
Caroline adotou um bebê para agradar o marido. Agora ela questiona se está preparada para o papel de esposa e mãe.
Juliette considerava sua vida perfeita: tinha um casamento sólido, dois lindos filhos e um negócio próspero. E então ela descobre o caso de Nathan. Ele prometeu que nunca a trairia novamente, e ela confiou nele.
Hoje…
Tia ainda não superou o fim do seu caso com Nathan. Todos os anos ela recebe fotos de sua garotinha, e desta vez, em um impulso, decide enviar algumas delas para a casa do ex-amante. É Juliette quem abre o envelope. Ela nunca soube da existência da criança, e agora precisa desesperadamente descobrir quantas outras mentiras sustentaram o seu casamento até hoje.
Quando a Novo Conceito anunciou o lançamento desse livro eu logo me interessei, gosto de filmes sobre dramas familiares mas quase nunca leio livros com esse tipo de abordagem.
Em Mentiras que Confortam conhecemos Tia que aos 24 anos se apaixonou por Nathan, um professor universitário casado de 36 anos. Tia o admirava a ponto de quase acha-lo perfeito e desde o início da relação sempre quis ir além. Mas ao contar sobre a gravidez viu que ele jamais abandonaria a família, ela se recusa a fazer um aborto e ele a abandona. Tia decide pela adoção por não encontrar coragem pra criar a criança de um homem que ainda ama. Passados 5 anos, a cada aniversário de sua filha, ela recebe algumas fotos da menina que em seu íntimo chama de Honor, mas seus pais adotivos lhe deram o nome de Savannah. Varias questões se passam na cabeça de Tia, bate o arrependimento, o desejo de ser uma mãe para Honor, de realizar simples tarefas da maternidade, se um dia ela seria procurada pela filha, se teria vontade de saber de onde veio. Com isso na cabeça Tia resolve então mandar umas fotos para Nathan que precisava saber que tinha tido uma filha.
Juliette, esposa de Nathan e mãe de dois meninos está começando a ver seu negocio crescer, ela cria produtos orgânicos para pele e está montando uma clínica de estética com sua sócia Gwynne. Uma vida quase perfeita, um bom casamento, filhos lindos e a carreira profissional decolando, até que Nathan chega em casa e lhe confessa que teve um caso. Desde então Juliette tenta confiar no marido novamente. Anos depois juliette&gwynne é um nome de sucesso, seu casamento parece ir bem, depois do baque da traição, até ter uma nova surpresa, descobrir que a traição deu frutos e que ele teve uma filha com a amante. Então que tudo volta e ela se pergunta se ele foi realmente honesto com ela, se eles ainda mantém um caso, o que mais ele escondeu e os motivos que o fizeram trair. Juliette sem saber muito o que fazer sobre essa criança, uma filha de seu marido que não é dela, sentindo que precisa se conectar a esse pedaço de Nathan, procura por Caroline a mãe adotiva.
Caroline tem uma ótima vida profissional, seu marido Peter era um homem apaixonado. Ela adorava sua vida exatamente do jeito que ela era, mas Peter queria muito uma família e achava que a hora era agora antes que o trabalho ficasse puxado demais pra colocar uma criança em suas vidas. Ela não pensava assim, achava que uma criança iria estragar tudo. Após 5 anos, a vida de Caroline está muito mudada, seu casamento não é mais como era, seu marido era o mesmo mas ela não. A maternidade mudara sua vida e não de uma maneira agradável. Ela não podia mais se dedicar exclusivamente ao trabalho como patologista fazendo pesquisas sobre o câncer infantil. Ela adorava trabalhar mas se sente sufocada com Savannah. Ela sabia que negligenciava seu tempo com ela, amava a menina mas não conseguia ser a mãe que Savannah precisava.
O livro é narrado por essas 3 mulheres e uns poucos capítulos por Nathan. Achei a narrativa um pouco lenta, cheia de flashbacks onde as personagens Tia, Juliette e Caroline lembram de sua infância e da relação com suas respectivas mães.
Quando a narrativa engrenou eu esperava que as consequências da traição e adoção fossem drásticas, cheias de reviravoltas mas os personagens quase não se envolvem uns com os outros pessoalmente, a história foca em seus dramas pessoais e como eles lidam internamente com isso. Achei até que a coitada da Savannah ficou em segundo plano o livro todo, até quando se tratava dela.
Uma história sobre as mentiras que contamos para reconfortar a nós mesmos por medo de encarar a verdade, em se forçar a superar esses medos e procurar uma maneira de lidar com isso de forma benéfica. O final não me agradou muito, achei que o livro prometeu um pouco mais do que entregou, só Caroline pareceu ter uma evolução ao final do livro e acabou sendo a minha personagem favorita apesar de no incio eu não simpatizar com ela. Tia foi um pouco decepcionante e não me convenceu, queria que ela tivesse sido um pouco mais forte. E Juliette sempre foi previsível.
“Eles estavam todos conectados. E, por mais estranho que isso possa parecer, todos haviam se tornado uma família.
Tem uma frase a respeito da história que resume bem o que senti ao final do livro.
“Ainda que você não concorde com as escolhas feitas pelos personagens, é difícil não apreciar a honestidade de mentiras que confortam.”
A Novo Conceito como sempre mantendo uma edição de qualidade, não percebi erros e a diagramação está ótima.
Randy Susan Meyers é autora do aclamado best-seller The Murderer’s Daughters, que foi escolhido como “livro de leitura obrigatória” pelo Massachusetts Center for the Book e finalista no Massachusetts Book Award. Ela mora em Boston com o marido.
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