Título: O Conto da Aia
Autor: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Páginas: 368
Ano: 2017
Gênero: Distopia/ Literatura Estrangeira
Classificação: 4 estrelas
Sinopse: Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.
Um aviso, se você viu a série antes de ler o livro, provavelmente irá se decepcionar.
O Conto da Aia é o último livro do desafio dos 12 livros para 2019. Confesso que estou explodindo de alegria por finalmente conseguir finalizar esse desafio, mas esse comentário à parte, vamos falar sobre o livro.
Em O Conto da Aia nós temos o relato de uma mulher em sua vida cotidiana. Ela conta sobre sua alimentação, os serviços feitos na casa onde trabalha e fora dela, suas observações sobre os outros empregados, seus patrões e sua vida antes de chegar ali.
Podia ser algo bem simples e descomplicado, com uma fofoquinha aqui e acolá para deixar tudo mais interessante certo? Porém, aqui estamos tratando de uma distopia. O mundo mudou e essa sociedade em guerra é algo bem diferente da nossa realidade.
Gileade é uma teocracia, o que antes era os Estados Unidos se transformou após uma tomada de poder. Aos poucos as liberdades foram sendo minadas até se transformar no quadro que encontramos nas páginas de O Conto da Aia.
A narradora é Offred, uma mulher em seus trinta anos que é uma Aia. As Aias são mulheres treinadas e preparadas com o propósito de gerar vidas. Com a guerra, veio a radiação que levou muitas mulheres a se tornaram inférteis, e a necessidade de procriação era urgente. Testes eram feitos e aquelas com capacidade de ainda terem filhos, eram treinadas para se tornarem Aias. Em seguida eram enviadas para seus postos de trabalho: A casa de algum comandante importante do novo governo.
Por dois anos elas deveriam permanecer na casa e tentar engravidar. Se conseguissem, o bebê seria criado pela família e elas teriam prestado um grande serviço ao governo e à sociedade. Deixando claro que os métodos de concepção deveriam ser naturais.
É nesse cenário que vamos acompanhando a vida de Offred, seus receios e tentativas de manter seu verdadeiro eu vivo de alguma forma. Também vamos vislumbrar momentos de seu passado, conhecer sua verdadeira família através de suas lembranças, e ver características dessa nova sociedade e organização governamental.
Esse livro bebe da mesma fonte de outras distopias mais antigas, tem um tom de fatalismo, desesperança e desespero que encontrei nas páginas de 1984, porém ele não me ganhou da mesma forma. Em alguns momentos a narrativa te pega e você espera ansioso por algo que não acontece. Eu gostei do livro, achei interessante e estava dando 3 estrelas até o capítulo final que mudou tudo e me trouxe uma nova visão de tudo aquilo que tinha lido anteriormente. Por isso 4 estrelas.
É um bom livro, inteligente e muito bem escrito, mas não espere fortes emoções. Você dificilmente as encontrará aqui, mas sim uma ótima leitura. Fica a dica.
Até breve.
Confira a resenha em vídeo
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