Título: A Sutil Arte de Ligar o F*da-se
Autor: Mark Manson
Editora: Intrínseca
Páginas: 224
Ano: 2017
Gênero: Autoajuda/ Não Ficção/ Literatura Estrangeira
Sinopse: Chega de tentar buscar um sucesso que só existe na sua cabeça. Chega de se torturar para pensar positivo enquanto sua vida vai ladeira abaixo. Chega de se sentir inferior por não ver o lado bom de estar no fundo do poço.
Coaching, autoajuda, desenvolvimento pessoal, mentalização positiva – sem querer desprezar o valor de nada disso, a grande verdade é que às vezes nos sentimos quase sufocados diante da pressão infinita por parecermos otimistas o tempo todo. É um pecado social se deixar abater quando as coisas não vão bem. Ninguém pode fracassar simplesmente, sem aprender nada com isso. Não dá mais. É insuportável. E é aí que entra a revolucionária e sutil arte de ligar o f*da-se.
Mark Manson usa toda a sua sagacidade de escritor e seu olhar crítico para propor um novo caminho rumo a uma vida melhor, mais coerente com a realidade e consciente dos nossos limites. E ele faz isso da melhor maneira. Como um verdadeiro amigo, Mark se senta ao seu lado e diz, olhando nos seus olhos: você não é tão especial. Ele conta umas piadas aqui, dá uns exemplos inusitados ali, joga umas verdades na sua cara e pronto, você já se sente muito mais alerta e capaz de enfrentar esse mundo cão.
Para os céticos e os descrentes, mas também para os amantes do gênero, enfim uma abordagem franca e inteligente que vai ajudar você a descobrir o que é realmente importante na sua vida, e f*da-se o resto. Livre-se agora da felicidade maquiada e superficial e abrace esta arte verdadeiramente transformadora.
A escolha do livro como a primeira leitura do ano de 2020 foi equivocada. Devo confessar que não sou muito afeto a livros de autoajuda, mas o hype em cima desse livro (ele foi o livro mais vendido no Brasil no ano passado) me fizeram dar uma chance.
Durante a leitura alguns pontos me incomodavam, os privilégios do autor ficam escancarados e quando ele começa a falar que bens materiais não trazem felicidade e que o intelectual é mais importante que o material, acaba caindo no senso comum e se delonga nisso em muitas páginas.
Entendo que existe uma barreira cultural, a autoajuda aqui é destinada ao estadunidense e não a realidade brasileira, ainda assim, a meritocracia pungente me afasta e me faz questionar algumas coisas. Em alguns momentos ele relativizar os benefícios de visitar mais de cinquenta países, dizendo que no vigésimo país não se tem a mesma sensação de prazer. Difícil.
Não me entendam mal, o livro cresce quando o autor conta algumas histórias interessantes para exemplificar seus pensamentos. Uma em especial é muito bonita, sobre sua viagem para a África do Sul, outra sobre uma ex-ficante é bem divertida.
O livro entretém, talvez eu não esteja acostumado com literatura de autoajuda, talvez todos tenham essa veia meritocrata, mas isso me incomoda muito, uma vez que não saímos de um mesmo ponto de partida e, muitas vezes, a luta que temos para chegar num mesmo lugar onde era o ponto de partida de uma outra pessoa é enorme. Continuarei acompanhando o Coach de Fracassos no Instagram, é o melhor que faço.
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