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Resenha 447 O Sobrinho do Mago

Título: O Sobrinho do Mago
Série: As Crônicas de Nárnia
Ordem: Livro 1 de 7
Autor: C. S. Lewis
Editora: Haper Collins Brasil
Páginas: 192
Ano: 2023
Gênero: Fantasia/ Infanto Juvenil/ Literatura Estrangeira/ Literatura Irlandesa
Classificação: 3,5 estrelas

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Sinopse: Reinos mágicos, criaturas inesquecíveis e batalhas épicas entre o bem e o mal: essas histórias são narradas em As Crônicas de Nárnia – uma série de sete livros que acompanha crianças curiosas e suas aventuras entre o nosso mundo e outros universos mágicos e que, por décadas, encanta leitores de todas as idades.

Em O Sobrinho do Mago, o menino Gregório e sua vizinha Polly vão parar num bosque mágico que dá acesso a diversos mundos. Isso acontece antes de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia nascerem, antes mesmo de a própria Nárnia existir! Os dois mal têm tempo de aproveitar a descoberta, pois no encalço deles há uma rainha malvada, um mago medíocre e um cocheiro muito assustado.

Ainda bem que no meio da confusão há também um misterioso leão, poderoso o suficiente para colocar tudo em ordem – e dar vida a um novo mundo.

O Sobrinho do Mago é o primeiro livro da fantástica e épica saga d’As Crônicas de Nárnia e o sexto livro na ordem cronológica. 

Particularmente, não sou muito afeito a livros que tentam explicar a origem, destrinchar os conceitos e coisas do tipo. O livro original pode suscitar dúvidas e trazer questionamentos, claro, observando para não deixar furos na história, mas não precisa explicar tudo. Deixar algo para o imaginário subjetivo de cada um também é, para mim, característica de uma boa escrita. 

Quando as coisas vão mal, parece que vão de mal a pior durante certo tempo; mas quando começam a ir bem, parecem cada vez melhores 

A história se passa antes das aventuras dos Irmãos Pevensie, seguimos as aventuras de Polly e Digory, que se encontram no início das férias de verão e se tornam amigos. O menino vive com os tios André e Letícia e a mãe, que se encontra acamada. Tio André é uma espécie de feiticeiro, daí o título do livro. Em determinado momento os jovens são enganados pelo Tio do menino e acabam encontrando um Mundo entre Mundos. 

O autor brinca pouco com a viagem entre mundos, talvez a fixação por “tapar buracos” na história, característico dessas prequências, tenha prendido ele a um objetivo fixo. De qualquer modo, numa dessas viagens as crianças chegam à terra de Charn. Charn é um mundo em seu crepúsculo, com uma estrela gigante vermelha – uma das fases finais de uma estrela -,  e construções se desfazendo. 

Pois o que você ouve e vê depende do lugar em que se coloca, como depende também de quem você é. 

Na terra de Charn, as crianças encontram com a Feiticeira Jadis e a libertam de sua prisão. A Feiticeira é levada a nossa realidade e acaba causando grande tumulto nas ruas de Londres. Para trazer paz para a cidade, as crianças acabam levando a Feiticeira, Tio André, o Cocheiro de um cabriolé, o cavalo do Cocheiro para o Mundo entre Mundos. 

Enfim, buscando deixar a Feiticeira em algum mundo e fugir, todos acabam chegando à Nárnia. No exato momento de sua criação. 

– Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas! 

A história, até esse ponto, possui alguns pontos interessantes, como a construção da relação de Polly e Digory, que acabam se tornando bons amigos, mas eu ansiava por saber de Nárnia, sobre aquele mundo fantástico que me foi apresentado nos cinemas e agora estava ali, sendo criado por Aslam nas páginas do livro. 

A Criação de Nárnia é um momento sublime na história. A emoção que Lewis passa para o leitor e a força que a narrativa possui são o ponto alto do livro. Um dos momentos literários mais fortes que tive, certamente. Ainda meditarei muito nessa passagem porque é linda. 

As coisas funcionam de acordo com o que são. Ela possui o poder e a perenidade de uma deusa. Mas a eternidade com um coração mau é a perenidade da desgraça. Todos conquistam o que desejam, mas nem sempre se satisfazem com isso. 

Quando a história passa a acontecer no recém criado país de Nárnia, ela ganha um frescor novo, os animais falantes, as primeiras ordens de Aslam, a coroação do Rei e da Rainha, todos esses momentos são especiais e divertidos. A existência e a presença de Aslam na história dá um peso enorme, o Leão é um personagem que exala poder e sabedoria, Lewis exprime essas qualidades do personagem muito bem. 

As Crônicas de Nárnia é um livro com uma alegoria bíblica forte. O Sobrinho do Mago apresenta conceitos como o pecado original, fruto sagrado proibido, criação e tentação. Isso não é uma novidade, de todo modo, a história é maior do que isso. Antes de tudo, Crônicas é uma história do gênero literatura fantástica e também, em certa medida, me perdoem se descabido, uma fábula, no melhor sentido da palavra. Tudo isso torna Crônicas um clássico. 

– Riam sem temor, criaturas. Agora, que perderam a mudez e ganharam o espírito, não são obrigados a manter sempre a gravidade. Pois também o humor, e não só a justiça, mora na palavra. 

As alegorias bíblicas estão presentes por todo o livro, mas o autor não busca, por meio delas, catequizar/converter o leitor, mas sim apresentar seus próprios valores para crianças, como obediência, respeito, honra, amor e amizade, acima de tudo amizade. 

Creio que os conceitos apresentados são facilmente assimilados por crianças, jovens, adultos e idosos. Porém, não devemos nos furtar da crítica somente porque a história se utiliza desses elementos, por vezes tentando humanizar ainda mais seus personagens.  

A ansiedade para que a história chegasse na terra de Nárnia tornou tudo o que veio antes um pouco cinza e sem tanto apelo para mim. Lewis escreve de forma leve e prosaica, sendo ele mesmo um autor-personagem, narrando a história em algumas idas e vindas, mas em alguns momentos senti o peso dos capítulos aumentar. 

Ainda assim, é uma história que possui momentos lindos e que ficarão um bom tempo na minha memória. 

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