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Resenha 460 Príncipe Caspian

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O Príncipe Caspian é o segundo livro a ser lançado e o quarto na ordem cronológica da história pensada e escrita por C. S. Lewis. 

É o momento oportuno – respondeu ele. – Eu observo os céus, texugo, porque compete a mim vigiar, como a você compete não esquecer. Tarva e Alambil encontraram-se nos salões do firmamento, e na terra voltou a surgir um filho de Adão para governar e dar nome às criaturas. A hora do combate soou. O nosso encontro no Gramado da Dança deve ser um conselho de guerra. 

Após o retorno dos Pevensie para o nosso mundo ao final d’O Leão, da Feiticeira e o Guarda-roupa, séculos de paz se passam em Nárnia sob o reinado dos Caspian, até que Caspian IX morre de forma misteriosa e seu irmão, Miraz, assume o trono, usurpando-o de Caspian X, o Príncipe Caspian. 

Nesses séculos entre a partida dos Pevensie e a morte de Caspian IX, a magia foi sendo tolhida e muitas pessoas não acreditam que esta um dia existiu. A forma como o livro fala sobre memória e como a falta de preservação dessa memória pode nos tornar ignorantes é interessante.  

Há uma descrença enorme até no meio dos seres fantásticos, que duvidam da existência dos Grandes Reis e Rainhas de Nárnia (Pedro, Edmundo, Susana e Lúcia), assim como do próprio Aslam. Inclusive, alguns animais possuíam tamanha descrença que voltavam ao estado de bestialidade, perdendo o dom da fala. 

Não digo nada – respondeu o anão. Se todos forem, também vou. Se se dividirem, fico com o Grande Rei. Só assim poderei cumprir o meu dever para com ele e para com o rei Caspian. Mas, se querem o parecer de um anão ignorante, acho que não há grandes possibilidades de encontrarmos o caminho à noite, uma vez que nem de dia demos com ele. E não gosto nada desses leões milagrosos, que sabem falar mas não falam, que são bons mas não mostram isso, e que, ainda por cima, são enormes e aparecem de repente, e não há quem consiga vê-los. Para mim, isso tudo é lorota, na minha modesta opinião. 

Com uma guerra declarada de Miraz para com as criaturas fantásticas de Nárnia, que tomaram o lado de Caspian na disputa, uma vez que este acreditava na existência deles e desejava ajudá-los, os Pevensie são chamados de volta a Nárnia com a trombeta que Susana ganhou do Papai Noel.  

Há, num primeiro momento, no encontro dos Pevensie com o Príncipe Caspian, uma disputa de poder, que é logo resolvida, afinal, eles são os Grandes Reis e Rainhas do passado, os filhos de Adão e filhas de Eva da profecia antiga. A resolução do conflito é interessante e deixa a relação de todos mais interessante. 

As batalhas nunca são muito interessantes em Crônicas, não vejo isso como ruim, algumas lutas são bem narradas, mas batalhas em geral não são o forte do autor. 

Não seria medonho se um dia, no nosso mundo, os homens se transformassem por dentro em animais ferozes, como os daqui, e continuassem por fora parecendo homens, e a gente assim nunca soubesse distinguir uns dos outros? 

Edmundo continua sendo meu personagem favorito nesse livro, demonstrando ter aprendido com os erros de outrora e sendo um líder justo e um guerreiro decente. Lúcia é puro coração e coragem para fazer o que é preciso, mesmo que isso signifique desafiar seus irmãos mais velhos para lhes mostrar a verdade. Susana se mostra pronta para desacreditar, enquanto Edmundo tem um desenvolvimento a fim de ser ainda mais “narniano”, Susana parece querer se distanciar disso o tempo todo, mesmo ajudando e participando, há uma relutância. Pedro é um rei por excelência. 

Nem mesmo os colegas de Edmundo o teriam reconhecido, se o vissem. Porque Aslam soprara sobre ele, e uma grandeza qualquer o envolvia. 

Um ponto interessante é a existência de um outro povo, os telmarinos, do qual Caspian e Miraz fazem parte. A explicação para a migração desse povo para Nárnia é, no mínimo, curiosa, não vou adentrar muito nisso, mas causa um estranhamento como a questão é resolvida, no estilo “Brasil, ame-o ou deixe-o”. 

As alegorias cristãs estão presentes, mas em menor medida, talvez seja o livro que possui menos referências, ou eu não as captei. Mas, volto a dizer, que essas referências não são um problema em si, apenas um valor que o autor coloca a sua obra.  

Descende de Adão e Eva – tornou Aslam. – É honra suficientemente grande para que o mendigo mais miserável possa andar de cabeça erguida, e também vergonha suficientemente grande para fazer vergar os ombros do maior imperador da Terra. Dê-se assim por satisfeito. 

Ainda assim, Príncipe Caspian é divertido e traz um pano de fundo interessante ao falar de crença e como a memória deve ser preservada.  

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