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Resenha 463 A Guerra da Papoula

E aí pessoal, tudo bem com vocês? Hoje a nossa conversa será sobre o livro A Guerra da Papoula e já vou logo adiantando que eu fiquei completamente fascinada por essa história e vou te contar todos os motivos. Bora?

Bom, o livro nos apresenta à Runin, uma órfã de guerra, mais especificamente da segunda guerra da papoula. Seguindo as leis de seu país Nikara, Rin – como é apelidada, é entregue para uma família no sul do país e lá ela vai crescer como se fosse uma empregada dessa família, sendo tratada como um estorvo e mão de obra gratuita deles. Aos 14 anos essa família decide organizar o casamento dela com um homem de idade bem avançada e muito rico da região, eles basicamente iriam vendê-la para ele… tenso.

Mas a nossa protagonista é uma sobrevivente e decide que não vai ter esse destino, é quando ela decide que iria para a academia militar mais prestigiosa do país, porém para isso ela precisaria passar no exame nacional e com notas absurdamente altas. Ela propõe a seus pais adotivos esse acordo, ela conseguindo passar, eles desistiriam do casamento – o fato de ingressar em uma academia militar gerava prestígio e orgulho para as famílias e assim eles acabam aceitando a proposta de Rin.

E se você acha que já aconteceu bastante coisa no livro, isso é só o começo. Rin vai começar o processo de estudos intensos para a prova, e entrar na academia é definitivamente o mais fácil na jornada da nossa heroína. Ao ser aceita na academia ela vai precisar enfrentar a resistência dos colegas de classe, de professores e daqueles que a acham indigna de estar ali, e se isso já não fosse o suficiente, ainda tem uma guerra se aproximando e uma nova fase em que Rin precisa ser forte o suficiente se quiser sobreviver.

O livro é dividido em partes e em cada uma delas vemos a evolução da Rin como personagem. Ela começa o livro bem jovem e vai envelhecendo ao longo das páginas, mas isso não significa maturidade, acho que o mais interessante nesse livro é essa personagem que é cheia de camadas. Já vou falar mais sobre o contexto, outros personagens e o desenrolar do enredo, mas preciso tirar um tempo para falar sobre a Rin.

A Rin começa o livro com 14 anos e desesperada para fugir do seu destino como uma esposa que não teria autonomia e viveria um destino, ao ser ver, bem trágico. Ao entrar para a academia ela se vê em um ambiente extremamente competitivo e que facilmente poderia acabar com sua força de vontade, mas ali é vida ou morte. Quando a guerra chega é uma outra virada de chave, todos os perrengues e picuinhas da academia deixam de ser relevantes porque o país está sendo devastado pelos inimigos e o papel deles, já que aquela academia formava a elite militar de Nikara, era se colocar na linha de frente e defender seu país e população.

O livro ganha novo fôlego e vemos uma nova persona de Rin, ela é uma personagem que se alimenta da aprovação, ela faz de tudo para se destacar e ser a melhor. Ela busca essa aprovação do seu mestre na academia, do seu comandante na guerra e em diversos outros momentos de outras pessoas e lidar com a desaprovação é bem complicado para ela. É definitivamente aquela personagem imperfeita, porém não odiável, é fácil sentir simpatia por ela apesar de suas muitas decisões ruins ao longo do livro. Sim, eu gosto da Rin rs.

Sobre o país, Nikara é um país com uma história antiga e bem formulada. A autora não seguiu a linha que muitos autores de fantasia seguem que é deixar para desenvolver o universo conforme os livros vão sendo escritos, a Kuang seguiu a fórmula dos autores de alta fantasia como Tolkien, Lewis e Martin, que já nos apresentam um universo completo, com um passado bem estabelecido e fundamentado, com um presente realístico e um futuro promissor. É possível ver os traços da cultura chinesa na escrita e na fundamentação do universo, eu achei muito bacana e ainda consegui fazer as conexões com a vida real. A Kuang é uma profunda pesquisadora da história da China e eu creio que seria impossível não ver traços disso em sua escrita.

Outro ponto interessante é o lado fantástico. É só na academia que a gente vai entender onde a fantasia entra nessa história, mas é na guerra que vamos ver esses poderes extraordinários sendo usados. Os deuses como uma arma elevam o nível de destruição da guerra. Confesso para vocês que essa parte é bem sangrenta e nada palatável e já adianto que vocês vão precisar respirar fundo em alguns momentos. A relação com os deuses nesse livro é bem interessante, deixa de ser apenas um culto à divindade e elas passam a ser um instrumento para os homens que tem a sabedoria e conhecimento para usá-los. Confesso que gostei dessa abordagem, apesar de não ser nada bonito na prática.

Bom, essa resenha já ficou bem maior do que eu pretendia rs, por isso encerro aqui indicando demais a leitura, o livro vale cada página e eu já estou ansiosa para começar a continuação e em breve volto para falar sobre o segundo livro.

Beijos e até breve.

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